quinta-feira, setembro 06, 2012

Um homem vertical, de carácter a toda a prova: os pormenores nas leis são tramados


Com pompa, em 2 de Agosto de 2012, Nogueira Leite declarava ter renunciado a todos, TODOS os cargos de administração já HÁ UM ANO quando passou a integrar a administração da CGD.


Nogueira Leite renunciou a todos os cargos quando entrou na Caixa
António Nogueira Leite renunciou a todos os outros cargos de administração de que era titular quando entrou para a administração da Caixa Geral de Depósitos, há cerca de um ano.

António Nogueira Leite está identificado como pertencendo a 25 órgãos sociais de empresas.
In: Jornal de Negócios


Um mês depois, em 4 de Setembro de 2012, supostamente quase ano e meio após o acto de enorme desprendimento, eis que se descobre o carácter de um homem honrado: a CMVM informa, através de comunicado, que Nogueira Leite acabara de renunciar aos cargos que ocupava na EDP Renováveis. Se omitiu a verdade neste caso, como será com as restante 24?
(clique para aumentar a imagem)

E qual a razão desta situação? A EDP Renováveis tem sede em Espanha, e o regulador espanhol verificou que não existia qualquer renúncia, mas antes uma suspensão. Ora, como o regulador faz cumprir as leis, eis que foi forçado a largar a zona de conforto.

Lei espanhola obrigou Nogueira Leite a renúncia formal à EDPR
(...)A lei de Espanha, onde está sediada a empresa, obrigou-o a renunciar formalmente.

É que a lei espanhola (a EDP Renováveis tem sede em Espanha) não prevê a figura de suspensão do cargo, sendo necessária fazer uma renúncia formal.(...)

O administrador da Caixa sempre disse que deixou todos os cargos em empresas com cargos remunerados quando entrou no banco público (deixando de ser remunerado por isso), passando a exercer apenas as funções de administrador na CGD e em sociedades por ela detidas.
In: Jornal de Negócios


Como propala o poeta Miguel Relvas, o problema está nos pormenores:
É importante que, em Portugal, saibamos olhar com tranquilidade e também com profundidade para os problemas e menos para os pormenores”, disse.(...)

“Sabemos que os pormenores são apetitosos. Mas tem sido pela importância que damos aos pormenores que Portugal tem ficado aquém das suas expectativas”, acrescentou ainda Miguel Relvas.
In: Jornal de Negócios

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